domingo, 31 de janeiro de 2010

Casamento dos Homo Sapiens

Este título deve-se ao facto do homem, desde o tempo dos Homo Sapiens ou mesmo antes (Homo Erectus) ser Homo… Sexual. Ah, pois é! Esta questão não é de agora. Se o nosso amigo Sócrates está convencido que é um sinal de modernidade adjudicar o casamento dos homosexuais está muito enganado. Esta matéria existe desde a pré-história e teve o seu auge na época do seu homónimo da Antiguidade Clássica onde a homosexualidade era mato. O nosso Primeiro-Ministro é um retrógrado!

Este tema é complexo, não é fácil tomar uma posição. Quem diz que é a favor do casamento dos homosexuais “É um deles!” quem diz que é contra “É homofóbico!”. Sinto-me mais à vontade para falar do caso Sá Pinto ou das escutas do Pinto da Costa.

Mas para quê casar?! Em vez de aproveitarem as vantagens da sua especialidade para quê ter as mesmas chatices dos heterosexuais?! O desenlace do casamento é sempre o mesmo: o divórcio. Papeladas, pensões, tribunais, só estopadas, não se metam nisso!

Depois não se queixem quando levarem com o rolo da massa por chegarem atrasados a casa ou quando forem interrompidos a meio de um jogo de poker para irem mais cedo para casa fazer rolos de carne para o almoço do dia seguinte. Já para não falar dos jantares de família, das datas especiais, da desculpa das dores de cabeça, do candeeiro aceso da mesinha de cabeceira do lado, dos sogros a meterem o nariz e por aí fora.

Será que a maioria dos homosexuais quer mesmo casar? Esta história faz-me lembrar aquela história da velhinha que não queria atravessar a rua mas mesmo assim foi carregada ao colo por um batalhão de bons samaritanos.
Parece-me que há também um batalhão de bons samaritanos nesta contenda a assumir as dores dos homosexuais e que querem casá-los à força como se fossem uns coitadinhos desprotegidos e discriminados.

Toda a gente é discriminada. Hoje em dia um católico monogâmico de camisa xadrez e sapatos de vela é muito mais discriminado do que um homosexual. A discriminação está em todo o lado.

O referendo seria uma perda de tempo, ia bater todos os recordes de abstenção. Este é um assunto que não interessa à maioria das pessoas que estão mais preocupadas com o desemprego, com os empréstimos, com a hipoteca da casa, com os impostos e com a crise.

*os bonecos em cima são dois homens, mesmo o da esquerda.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Brasil meu irmão

O Brasil é muito “bacana”. O Rio de Janeiro, à parte as balas perdidas, é muito agradável. Chega a bater, em termos de beleza natural, Santa Comba Dão. Deus estava inspirado quando passou por esta parte do mundo e nem os prédios nem as favelas conseguiram dar cabo da paisagem. Bendita a hora em que o Pedro Álvares Cabral descobriu o caminho para este paraíso, ficámos para sempre ligados a esta terra.

Não percebo porque é que a Maitê Proença e companhia desprezam os seus progenitores. Deviam ler melhor os livros de história. Os brasileiros até tiveram sorte em terem os portugueses como colonizadores, se tivessem sido os espanhóis não teria sobrado um índio para contar a história. Ok, ultimamente, dos portugueses só usufruem do pãozinho quente pela manhã, mas nem sempre foi assim.
No passado, por exemplo, durante muito tempo, receberam aulas de etiqueta e boas maneiras da Senhora Dona Carlota Joaquina*.

Deixámos muito património no Brasil, a começar pela língua. Hoje em dia há algumas diferenças, mas a base é a mesma. Por exemplo, se me virasse para um brasileiro e lhe dissesse “Olá rapaz, colocar um autocolante no autoclismo cheio de rebuçados é extremamente piroso” ia ficar a olhar para mim a achar que eu era russo. Para me perceber (entender) teria de dizer “Oi moço, botar um adesivo na descarga cheia de balas é bem cafona”.

Para além de todas as maravilhas que há no Brasil para inglês ver também há maravilhas para albanês ver. São bem menos recomendáveis mas também têm o seu encanto. Estou a falar das favelas e da sua famigerada violência.

O Homem é um selvagem! Não vale a pena virem defender a espécie “Ai coitadinho, é tão sensivel, comove-se tanto…” O “tanas”! O Homem é uma besta!
A história da humanidade é feita de guerra, sangue e morte e não dá sinais de abrandamento. A primeira coisa que o homem aprendeu foi a bater com um pau na cabeça de outro homem, depois evoluiu para a espada... pistola, mais recentemente para a bomba atómica e por aí adiante.

“Ai as crianças coitadinhas são tão inocentes…” O “tanas”! As crianças são umas bestas! Nascem logo de garras afiadas prontas a limpar o sebo ao colega do berço do lado. O Homem em qualquer fase da vida é um predador, uma máquina de destruição maciça, uma besta!

Voltando às favelas, aqui a violência encontra-se no estado mais puro e pré-histórico de selvajaria. A esperança de vida numa favela é de 25 anos. No filme Tropa de Elite percebe-se bem esta cultura da violência, dos bailes funks e dos microondas.**

Apesar da violência, não me importava lá viver. É o nosso país irmão, somos da mesma família, para mim o Liedson, o Polga e o Pedro Silva são meus primos. A nossa selecção devia ter 11 brasileiros, só tinhamos a ganhar com isso! Viva o Brasil, o Carnaval, a caipirinha, Grumari, Parati, Ubatuba, Tabatinga e os índios Guarani.

Aproveito este primeiro post de 2010 para desejar bom ano a todos. Fiz umas alterações de início de ano na decoração aqui do estaminé, retirei o símbolo gripe H1N1 (uma verdadeira desilusão, este vírus) e substituí-o por um gambuzino.

Este blog vai continuar o seu caminho, num ritmo mais lento do que no ano passado, porque o tempo, infelizmente, escasseia.

*Era espanhola mas não interessa para o caso. Foi Rainha de Portugal.

**É a maneira como os traficantes “assam” as personas non gratas. Empilham uns pneus, põem lá dentro a vítima e pegam fogo.