domingo, 30 de novembro de 2008

Trilogia concluída

Já aí anda, pelos escaparates das livrarias, o livro das Caretas do Porto, fresquinho que nem uma alface, pronto a ser consumido, em especial nas zonas nortenhas do país. Assim se fecha o ciclo da saga das Caretas dos três grandes.
Este livro foi feito ao longo do ano com a motivação extra de nenhum dos autores ser adepto do FC Porto. Talvez seja o volume mais profissional de todos uma vez que não envolveu o coração. É o quinto "Caretas" no seguimento do Euro de Caretas; Caretas do Mundial; Caretas do Benfica e Caretas do Sporting. Em termos de caretas de futebol acho que já chega. Tivémos um convite para fazer o Caretas do Estrela da Amadora (verídico) mas não sabemos se haverá budget. Todas estas caretas foram feitas pelos mesmos autores: Luís MIguel Pereira nos textos, Carlos Laranjeira, Pedro Ribeiro Ferreira (moi même) e Ricardo Galvão nos desenhos. Mecenas: Prime Books. Por favor comprem o livro! As receitas revertem a favor dos autores (uma pequena parte).

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Nova Era do Futebol Português

Mais uma acha para a fogueira onde o Professor Queiroz está a assar. O Scolari teve o mérito de unir o país em torno da Selecção Nacional e o Queiroz tem o mérito de unir o país em torno da sua demissão (com a excepção do Rui Santos). Não tenho o hábito de dar paulada em moribundos mas quando me lembro da indeminização que o professor vai levar para casa fico logo sem problemas de consciência. Aliás, este cartoon peca por ser demasiado soft. Viva a selecção... de qualquer modalidade menos de futebol.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Vladimir Putin

Enquanto não tenho novidades com bonecos mais fresquinhos, que ficam desde já prometidos para muito breve, vou postizando outros já com algum caruncho. Nem é o caso deste Putin que foi feito e publicado ainda este ano, mais precisamente na edição Março da MAGAZINE - GRANDE INFORMAÇÃO. Também escrevi o texto que segue de seguida para quem tiver pachorra para ler. Escolhi o Putin para este post porque vem no seguimento do camarada Bush, um arqui-inimigo de estimação. Em termos de caricaturas o Bush fica entalado entre o Obama e o Putin. Não é coincidência!

Vladimir Putin

O clima influencia categoricamente a personalidade de um povo — quase sempre a temperatura de um país coincide com o carácter dos seus habitantes. As pessoas que vivem com os pés gelados tendem a ser menos simpáticas; o frio entranha-se na alma e transforma-as em blocos de gelo. Ficam sérias, trombudas e mal encaradas. Também ficam trabalhadoras e rigorosas, o que é bom para o país onde moram. Está provado que os graus negativos desenvolvem as populações. Mesmo assim, prefiro viver neste atraso de vida e ter muito sol e calor durante o ano.
Os esquimós são uma excepção a esta teoria da temperatura. Apesar de viverem em iglus são uns seres amáveis com o coração quente (se calhar é mais um equívoco do meu imaginário infantil e na realidade são umas bestas quadradas mal-humoradas).
Desculpem! Estou a falar dos esquimós e devia estar a falar dos russos e do seu presidente.
Os povos de Leste, neste caso os russos, padecem da já referida frieza de espírito. São fechados e enigmáticos (como os chineses). Nunca se sabe se vem um abraço ou um tiro. Esta faceta misteriosa tem algum encanto, mas ao mesmo tempo impõe respeito. O mundo relaxou em relação à ameaça soviética depois da queda do muro de Berlim mas houve sempre algum exagero em relação a esta ameaça. Não eram os bichos papões comedores de crianças retratados parcialmente nos filmes americanos. Ficámos com esta ideia errada à conta de muita propaganda anti-comunista mas de qualquer das maneiras, não se deve subestimar quem tem o poder de destruir o mundo em segundos. Se têm no currículo um facínora como o Estaline não estão livres de uma recaída. Não são para brincadeiras e o seu presidente também não. Os Tchetchenos que o digam. Os russos são muito pragmáticos e frios (lá está) a resolverem os seus imbróglios internos. Deve ser uma frustração ser terrorista neste país, não há negociações, os reféns são carne para canhão.
Vladimir Putin tem uma pesada herança sobre os ombros, o país está em ebulição e a mudar rapidamente. Passou-se de um sistema comunista totalitário para um capitalismo desenfreado. Surgem as máfias e os milionários com poder de compra e necessidade de protagonismo. Se cá em Portugal temos os patos bravos resultantes da nossa amostra de revolução, na Rússia temos gansos selvagens à escala mundial. Putin vai tentando meter um travão neste descontrolo, mas ao mesmo tempo vai enchendo os bolsos. Consta que é um dos homens mais ricos do mundo. De um ex-agente da KGB com esta cara “cortada à faca” não se espera que largue o “osso” do poder facilmente. O povo é que sofre, os camponeses tiveram de se adaptar ao marxismo/leninismo e agora passados estes anos todos de lavagem cerebral têm de mudar radicalmente para uma nova realidade. O problema é que as mentalidades não mudam de um dia para o outro e Putin tem a tarefa árdua de devolver à Rússia a grandeza perdida. Boa sorte e um brinde (com vodka). Nasdarovia!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

George W. Bush

De volta ao presente com um boneco mais recente. Este vai ser um blog tipo pingue-pongue com viagens em flash back ao passado e com regressos abruptos ao presente com produtos mais fresquinhos. Não são viagens no tempo muito longas uma vez que tudo começou em 99 como está explicado em posts anteriores. Este boneco foi publicado na revista MAGAZINE-GRANDE INFORMAÇÃO no ano passado acompanhado por um texto também da minha autoria que segue já de seguida. Como podem constatar pela prosa, nutro uma grande admiração por este "senhor".

George W. Bush

A primeira eleição, quando ganhou ao Al Gore, ainda consigo compreender. Houve confusão na contagem dos votos, ainda mais confusão nas recontagens, ao melhor estilo de uma República das Bananas. Para evitarem um vexame maior, depois de não haver consenso quanto ao vencedor, os americanos decidiram dar a vitória ao Bush filho. A tradição de rotatividade entre democratas e repúblicanos jogou a seu favor.
Os dados estavam lançados para um primeiro mandato aterrador. Achei eu, na minha ingenuidade, que os americanos , depois de assistirem aos primeiros quatro anos de governação, iriam categoricamente rectificar o erro tremendo que tinham feito ao eleger este cowboy. Fiquei estupefacto com a sua reeleição! Cada país tem os políticos que merece, mas neste caso as repercussões são mais abrangentes. As decisões de um presidente dos Estados Unidos têm mais implicações na nossa vida do que qualquer decisão de um governante da nossa praça. Vivi esta reeleição como uma derrota pessoal. É um homem que me deixa embasbacado , o seu estilo é assustador. Como é possível estarmos nas mãos desta criatura? Vê o Mundo a preto e branco, e está convencido que faz parte dos Good Guys. Devia haver um Q.I. mínimo permitido para tal cargo.
Enquanto governador do Texas bateu o record de execuções, foi o menos benevolente de todos e não amnistiou praticamente ninguém . Como presidente mantem o estilo de cowboy, adora uma boa pancadaria de saloon. O problema é quando o saloon é o Mundo.
A guerra do Iraque foi de uma irresponsabilidade sem precedentes. Foi um ajuste de contas pessoal para acabar o trabalho que o paizinho tinha deixado a meio. Numa análise mais profunda, aquela invasão forçada teve algo de freudiano, foi o ego de um filho a tentar superar o próprio pai; só podia dar asneira.
Aquele perú de plástico, que ofereceu ao exército americano quando aterrou no Iraque, vestido à Top Gun, para celebrar a “vitória”, diz tudo sobre esta figura.
Lembro-me de ver, no mesmo telejornal, imagens do Iraque, com sangue, desespero e miséria humana e imagens do Presidente Bush a contar anedotas a uma plateia de senhores vestidos de smoking. Todos se riam muito e batiam palmas. A primeira dama era a mais embevecida com o sentido de humor do seu espirituoso marido.
Pode não parecer, mas gosto dos americanos. Não confundo as coisas nem sou mal agradecido. Já safaram os europeus de muitas encrencas. Considero-os da nossa família, são o nosso filho adolescente, infelizmente com queda para a porrada. Tendo em conta as alternativas que existem, prefiro que sejam os americanos a mandar no Mundo.
É só uma falta de empatia com este homem e com a sua pandilha. Aquele Rumsfeld, que já foi despachado, ainda conseguia ser mais sinistro. Já desisti de tentar compreender o Mundo. É tudo muito complicado. Mesmo o atentado de 11 de Setembro foi uma história mal contada, não sabemos o que é verdade ou mentira.
Quanto ao nosso amigo, só espero que tenha os dias contados como presidente e que acabe rapidamente este último mandato antes que dê cabo disto tudo. The end!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A "maldita" BD sobre o 25 de Abril






Aqui estão algumas partes (fora de ordem) da dita BD que fiz para o concurso do Festival da Amadora em 99. Só vêem provar que os desenhos têm prazo de validade. Na altura estava muito orgulhoso destes bonecos e também da história que inventei. Hoje em dia acho tudo patético! É bom sinal. Realmente não foi muito inteligente ter posto o Cunhal a comer uma criancinha. É que a câmara da Amadora é maioritariamente de esquerda. Logo aí as minhas aspirações a ganhar algum prémio ficaram aniquiladas. Há sempre a esperança de algum dia isto valer alguma coisa. Há que pôr rapidamente um post com um trabalho mais actual para subir o nivel.

sábado, 15 de novembro de 2008

Onde tudo começou

Em 1999 resolvi participar à séria no concurso de banda desenhada do Festival da Amadora. Na altura ainda tinha ilusões em seguir carreira pelo mundo da BD. Investi tudo o que tinha, artísticamente falando, em 4 pranchas aos quadradinhos pintadinhas a ecoline e a tinta da china, sobre o sempre aliciante tema do 25 de Abril. Deixei a pele, o couro, o cabelo, os neurónios, os joanetes, o esternocleidomastoideu, etc, por esta empreitada que me haveria de consagrar como grande autor da BD Internacional ao nível de um Hergé. Aquela maldita BD era a minha capela Sistina!
Com menos convicção, também resolvi participar no concurso de cartoon do mesmo festival com este boneco acima postblicado. Qual não foi o meu espanto (sim, na altura ainda me espantava) quando percebi que a BD tinha sido completamente ostracizada, nem uma mençãozita para amostra enquanto este cartoon foi premiado com o segundo prémio (90 contos na altura, nada mau). Moral da história: não vale a pena tentar perceber estes concursos.
Quanto a este cartoon, inspirado na intrigante estátua do Cutileiro sobre o 25 de Abril, marcou para mim o começo de uma nova era dedicada ao cartoon e mais tarde à caricatura.
A curiosidade neste desenho está na tartaruga que tive de acrescentar para disfarçar uma pinga verde de ecoline que ia sendo responsável por uma taquicárdia aguda.
As pernas da menina ficaram com um tom de pele estranho e tive de as transformar em collants.
Ainda não perdi a esperança de voltar à BD. Mais do que o cartoon e do que a caricatura, o meu grande amor.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Obama


Abro as hostilidades deste blog com a caricatura do novo menino bonito da humanidade, que parece ser, até ver, consensual entre americanos, europeus, cristãos, muçulmanos e principalmente africanos. Duvido que dê tanta matéria para cartoons como o seu antecessor que era realmente um rebuçado para qualquer cartoonista. Para já tem sido o seu tom de pele o principal motivo de inspiração para as piadolas. Desejo boa sorte ao Sr. Barack para o seu mandato e desejo boa sorte ao autor deste blog para que tenha paciência em dar continuidade a este início auspicioso.